quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Não desilude, de facto


Está no extremo oposto de "Sam's Town", obra-prima musical, mas dentro desse extremo pouco fica atrás. "Day & Age", o novo álbum dos The Killers, é facilmente dos melhores do ano, e em nada desilude aqueles que muito o esperavam. Espectacular do inicio ao fim, com aquele caracterítico estilo over-the-top (três vivas para os sintetizadores e os trompetes!) que o grupo tão domina, é um álbum mais energético, ritmico, e até mais "alegre" que os álbuns anteriores da banda. Mais pop (nesse sentido mais reminiscente ao primeiro da banda, o também excelente Hot Fuzz), com letras por vezes mais surreais (veja-se Spaceman, sobre um rapto por extraterrestres...), por vezes até exóticas e de estilo noir ao mesmo tempo (veja-se Joy Ride...), mas sempre espectaculares e estranhamente com aquele estilo característico da banda, é realmente um álbum magnífico.

Mais uma vez, os The Killers atrevem-se a fazer algo diferente, ao mesmo tempo não deixando de ser a banda que sempre foram. E mais uma vez, são muito, muito bem sucedidos. Um dos obrigatórios do ano. Desde a tão ritmica e viciante Spaceman até à tão melódica, ligeiramente reminiscente a "Sam's Town" no seu tom mais negro e conciso, e espectacularmente bem construída Neon Tiger, é um álbum consistente, de grandes músicas, feito por uma grande banda. E mais uma prova de que esta gente realmente não sabe fazer má música.

E quando chega a última música, a muito mais pessimista, intima, emocional Good Night, Travel Well, final absolutamente épico para este belo álbum (facilmente das melhores músicas da banda, e das melhores do ano), a revelação é simples: Day & Age é um grande álbum, tal como os The Killers são uma grande banda, e pelo meio de todas as experimentações e desvios, é sempre possível ver aquela banda que tão rapidamente atingiu o sucesso com Hot Fuzz. Apesar de tudo, os The Killers sempre foram os The Killers. E ainda bem. Que assim o continuem a ser.

Sem comentários: